08 junho 2006

Hino...

A Portuguesa (Hino Nacional Português)
Música:Alfredo Keil
Letra: Henrique Lopes de Mendonça

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

(parte do hino não cantada)
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!


Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.


Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!


A História...
Em 1890, após o Governo e o rei terem aceite o Ultimato Inglês, que exigia a retirada da presença portuguesa em África no famoso mapa cor-de-rosa (que unia as colónias portuguesa de Angola e Moçambique), a população portuguesa sentia-se humilhada e revoltada. Foi esse o ano da composição de A Portuguesa, por Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça, exaltando a Pátria e a sua honrosa História. Contudo, é preciso recordar que esta primeira versão não é a mesma que conhecemos hoje: não só a música sofreu algumas alterações, como a exortação "contra os canhões" era mais específica e visava os Ingleses que haviam humilhado o país - "contra os bretões".
Encontrando eco no forte sentimento patriótico, a música tornou-se imediatamente um símbolo da revolta contra o Governo e o rei. Deste modo, também ela esteve presente a proclamação da República, a 31 de Janeiro de 1891. Esta, contudo, foi uma revolta falhada que não conseguiu pôr fim à Monarquia. Como resultado, e apesar da sua imensa popularidade, A Portuguesa foi proibida pelo Governo Monárquico aquando de actos oficiais e solenes.
Porém, aquando da Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, depressa A Portuguesa regressa aos lábios dos portugueses. Substitui então o Hymno da Carta, considerado o hino da monarquia, e é legalmente considerado o Hino Nacional pela mesma Assembleia Constituinte de 19 de Junho de 1911 que aprovou a Bandeira Nacional.No entanto, e mais uma vez, acabam por surgir pequenas variações ao Hino Nacional e, em 1956, o Governo nomeou uma comissão encarregada de estudar a versão oficial de "A Portuguesa". O resultado é a actual versão, em que tanto a linha melódica como a instrumentação estão bem definidas, e que retirou as duas últimas estrofes ao poema. A comissão de 1957 considerou que o Hino ficava demasiado grande e difícil de decorar se fosse constituido pelas três estrofes

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bem...